sábado, 10 de fevereiro de 2024

 O primeiro caso de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS/SIDA) foi registrado em 1981. Mas foi só em 1983 que os cientistas conseguiram identificar o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV/VIH), causador da AIDS.

Naquela época (e, infelizmente, até os dias de hoje, mas com menos força), os primeiros sintomas do HIV eram imediatamente associados às minorias, como homossexuais, hemofílicos, haitianos, usuários de heroína (por conta do compartilhamento de seringas) e, ainda, profissionais do sexo.

Atualmente, é sabido que o HIV não está relacionado a um grupo de risco, mas sim aos comportamentos de risco. Ou seja, o vírus não “escolhe” orientação sexual, nacionalidade, gênero etc.

Além disso, com o surgimento de novos tratamentos e medidas de prevenção, os casos de contaminação e morte por HIV diminuíram bastante nas últimas décadas. Dá só uma olhada nesses dados da UNAIDS:

  • redução de 54% no número de novas infecções no mundo entre 1996 e 2021, de 3,2 milhões para 1,5 milhão;
  • 49% de todas as pessoas recém-infectadas em 2021 são mulheres e meninas;
  • de 2010 a 2021, as novas infecções por HIV caíram em 32%;
  • as mortes em decorrência da AIDS diminuíram 68% entre 2004 e 2021.

Já os dados mais atualizados do Ministério da Saúde contabilizam 920 mil brasileiros soropositivos. Desse total:

  • 89% foram devidamente diagnosticados;
  • 77% estão se tratando com medicamento antirretroviral;
  • 94% dos que fazem o tratamento apresentam carga viral indetectável e, logo, não transmitem o HIV.

Para que você possa entender mais sobre esse vírus e como ele se comporta, elaboramos aqui um conteúdo que vai explicar uma série de pontos-chave. Confira!

  • Qual a diferença entre HIV e AIDS?
  • Quais são os primeiros sintomas do HIV no homem e na mulher?
  • Quanto tempo demora para sentir os sintomas do HIV?
  • Como é feito o diagnóstico do HIV?
  • Quais são as opções de tratamento do HIV?
  • Como NÃO pegar HIV?

Qual a diferença entre HIV e AIDS?

Antes de falarmos sobre os primeiros sintomas do HIV, é importante esclarecermos a diferença entre HIV e AIDS.

Quando o organismo é infectado pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, o vírus passa a atacar nosso sistema imunológico – especificamente as células de defesa T-CD4+ (responsáveis por recrutar e fazer a ativação de agentes que destroem micro-organismos invasores).

O HIV, então, invade essas células e altera o DNA delas, “programando-as” para criar cópias do vírus. Quando a multiplicação é feita dentro da célula de defesa, ela é rompida e o vírus sai em busca de novas células para se multiplicar.

Esse processo leva ao enfraquecimento do sistema imune, deixando o organismo mais vulnerável às outras infecções e doenças.

Quando a pessoa soropositiva chega a esse estágio avançado de imunossupressão em decorrência do HIV, ela passa a desenvolver AIDS.

Ou seja, a AIDS é a fase mais avançada de uma infecção por HIV e, portanto, uma pessoa pode ter o HIV e não ter AIDS.

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, geralmente, é diagnosticada quando o paciente soropositivo apresenta contagem de T-CD4+ inferior a 200/mm3 ou é acometido por doenças oportunistas perante o enfraquecimento da imunidade, como tuberculose, criptococose, histoplasmose etc.

Veja também: IST: Quais são as mais comuns e como descobrir infecção?


Quais são os primeiros sintomas do HIV?

Os primeiros sintomas do HIV são muitas vezes confundidos com os de uma gripe muito forte. Confira abaixo quais são eles:

1 – Febre moderada

A febre ocorre, geralmente, quando nosso organismo passa a trabalhar mais para combater algum “corpo estranho”. No caso do HIV, isso não é diferente.

Esse sintoma pode durar de uma a duas semanas ou apenas um dia. Vale lembrar que é considerado febre quando há temperaturas acima de 37,8℃.

2 – Suores noturnos

Os suores noturnos causados pelo HIV acontecem porque as “engrenagens” do nosso sistema de defesa estão a todo vapor, tentando combater o vírus.

Mais do que uma sudorese comum em uma noite quente, os suores noturnos são mais acentuados, do tipo que molham de verdade a roupa de cama, por alguns dias.

3 – Dor de cabeça

A boa e velha dor de cabeça (cefaleia) também é um dos primeiros sinais de que você foi infectado pelo HIV.

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4 – Garganta inflamada

A dor de garganta é uma resposta inflamatória do organismo ao vírus. Nesse tipo de inflamação, não costuma haver formação de manchas brancas e secreção. A região fica bastante avermelhada. Isso porque, na região, ficam presentes as amígdalas, que são uma espécie de reserva imunológica. E, quando algo não vai bem, esse desconforto pode surgir.

5 – Surgimento de ínguas

Outra resposta inflamatória em decorrência da infecção pelo HIV é o surgimento das ínguas e o inchaço dos gânglios do pescoço, axilas e virilhas.

É nessas regiões que ficam as glândulas linfáticas responsáveis por produzir células de defesa. Quando o organismo é infectado pelo HIV, essas glândulas precisam fazer “hora extra”, gerando inchaço e inflamação dos nódulos.

6 – Dor nas articulações

Pessoas infectadas com HIV também podem experimentar dores nas articulações de braços, pernas e dedos. Por sinal, as dores reumáticas podem também ser respostas às agressões causadas pelo vírus ao nosso sistema imune.

7 – Fadiga excessiva

O corpo está trabalhando muito para lutar contra o HIV. Isso pode levar a uma fadiga excessiva e indisposição para realizar tarefas simples.

8 – Aftas na boca

As aftas são pequenas feridas úmidas e esbranquiçadas que se formam geralmente na boca, como resposta inflamatória ao HIV.

9 – Diarreia

O HIV pode atacar as vilosidades do intestino (que são “dobras” internas no órgão que auxiliam no processo digestivo), dificultando o processo de absorção de nutrientes. Isso ocasiona a diarreia.

10 – Manchas vermelhas na pele

A formação de manchas vermelhas pelo corpo com leves erupções, especialmente em braços, pernas e costas, é um dos sintomas iniciais do HIV. Essas manchas se assemelham a uma reação alérgica generalizada.

As manchas vermelhas costumam surgir cerca de 24 horas após os episódios de febre alta.

11 – Perda de peso sem motivo aparente

Isso ocorre pois é comum que haja perda de apetite e maior gasto calórico devido ao fato de que o organismo está tentando combater o vírus.

Há diferentes sintomas de HIV no homem e na mulher?

A seguir, entenda se existe (ou não) essa diferenciação dos sintomas de HIV nos organismos masculino e feminino.

Sintomas do HIV no homem

Não existem sintomas específicos do HIV em homens. As manifestações iniciais do vírus costumam ser as que citamos anteriormente.

Sintomas do HIV feminino

Já nas mulheres, o HIV pode afetar o sistema hormonal. Alguns sintomas do HIV feminino incluem, além dos sintomas citados acima:

  • alterações no ciclo menstrual, com intervalos muito longos;
  • hemorragias (grande volume de perda sanguínea) prolongadas;
  • diminuição na produção de estrogénios e da progesterona, dois hormônios produzidos abundantemente no período menstrual;
  • possível infertilidade.

Quanto tempo demora para sentir os sintomas do HIV?

Após ser infectado pelo HIV, os primeiros sintomas podem levar de 2 a 4 semanas para se manifestar. Porém, é possível que você não sinta absolutamente nada após a infecção por até cerca de 10 anos.

Diagnóstico de HIV: teste rápido

Como os sintomas do HIV podem ser confundidos com outras doenças, a melhor forma de diagnosticar a presença do vírus é por meio de teste sanguíneo. Esse teste pode ser feito pelo SUS ou em clínicas e laboratórios da rede particular.

Tratamento de HIV: como é feito?

O tratamento de HIV é feito por meio de medicamentos antirretrovirais, como Atazanavir, Efavirenz, Lamivudina, Nevirapina e Zidovudina.

O tratamento pode ser feito de forma totalmente gratuita pelo Sistema Único de Saúde.

Profilaxia: como se proteger do HIV?

Para não se contaminar com o HIV, você deve evitar alguns comportamentos de risco, como:

  • sexo sem camisinha (vaginal, anal e oral);
  • compartilhamento de seringas e outros objetos cortantes;
  • manipulação de feridas e fluidos corporais sem equipamentos de proteção individual (EPIs).

Em paralelo, existe o tratamento pré-exposição (PreP). Trata-se de um comprimido que combina dois medicamentos (tenofovir e entricitabina) e que serve como profilaxia para o HIV.


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