Nós que somos assalariados temos que batalhar muito para cada conquista, damos muito valor ao nosso dinheiro e isso deveria ser uma via de mão dupla, mesmo que seja complicado alguém valorizar uma coisa em outra pessoa, principalmente quando não tem noção do que a outra pessoa passou, mas poderiam pelo menos ter respeito.
Postei aqui no ano passado que iria começar um “Plano D”,
que se refere a adição desta categoria a minha CNH, fiz isso para tentar
arrumar um novo emprego porque não estava satisfeita com o atual.
Efetuei os procedimentos médicos necessários as aulas
exigidas e fui para o primeiro exame prático. Meu avaliador me reprovou, de
acordo com ele eu não estava olhando os retrovisores, o que não concordei,
porque tenho carteira de habilitação desde 2006, pego trânsito todos os dias, sou
uma motorista e motociclista consciente e nunca tomei multa ou sofri um
acidente, mas essas coisas não podemos questionar, temos que guardar para a
gente.
No meu segundo exame prático, também fui reprovada, desta
vez por está olhando demais para o retrovisor, meu avaliador não pediu sequer qualquer
manobra.
Fiquei muito zangada juntamente com outas três pessoas que
passaram pela mesma coisa. Temos ciência da máfia que é isso na nossa região,
fizemos reclamação da auto escola, mas infelizmente não há muita coisa que
possamos fazer.
Cada novo exame custava R$600,00, mesmo valor do Auxilio
emergencial oferecido pelo governo para pessoas carentes durante a pandemia. Um
absurdo, uma volta de menos de 10 minutos no quarteirão custar isso tudo.
Eu fiquei muito triste e indignada, principalmente porque
uma pessoa de minhas relações pessoais adicionou essa mesma categoria, para também
mudar de emprego, porém por vias ilegais. Todas as vezes que ouvia falar ou via
esse ser eu ficava muito revoltada, porque a mesma não consegue nem tirar o próprio
carro da garagem. Cheguei a olhar como fazia para “comprar”, mas além de ter um
preço absurdo, fiquei com uma crise de consciência enorme. Mesmo me conhecendo
e sabendo da minha capacidade o fato de fazer uma coisa ilegal me fez me sentir
indigna, ficava pensando como seria se acontecesse algum acidente, e se por acaso
houvessem vítimas. Fui me confessar com o Padre da paroquia que frequento e ele
me acolheu de uma forma extraordinária, me deu conselhos e me deixou mais
sossegada.
No dia do terceiro exame estava dando tudo errado, foi
marcado para as 07:00 e ocorreu somente as 11:00. Eu tomo remédio para tireoide
e estava de jejum, comecei a tremer e tive dor de cabeça, comi alguma coisa
rápida e fui fazer e isso juntamente com o atraso me deixou nervosa, mas na
hora de ir pensei em tudo o que o Padre me disse e relaxei. Realizei tudo
exatamente como as vezes anteriores e fui aprovada, senti uma alegria e alivio
tão grande.
Estou desabafando aqui hoje depois de quatro meses porque
acabei de encontrar com o primeiro examinador no meu trabalho e olhar para ele
me trouxe essas memorias juntamente com a vontade de questionar, mesmo depois
de tanto tempo ainda tenho raiva disso, mas lembrei que não podemos indagar
esse tipo de coisa para polícia no intuído de evitar problemas futuros.
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